Internacionais | Dilema financeiro

Domingo, 13 de Outubro de 2024

Vale a pena comprar casa por um dólar nos EUA e na Europa?

A ideia de renovação de áreas decadentes começou há meio século nos Estados Unidos e se espalhou por outras partes do mundo. Mas será que as casas vendidas por 1 dólar realmente revertem a decadência urbana? Quem são os vencedores e os perdedores neste tipo de transações?

A casa de Judy Aleksalza na área de Pigtown, em Baltimore (EUA), parece uma versão da vida real de Tardis, a famosa cabine policial de Doctor Who que viaja no tempo. Parece maior por dentro do que por fora.

Faz parte de uma fileira de casas do século 19 impecavelmente conservadas — há vasos de plantas recém-regadas do lado de fora de muitos dos degraus da frente, e não há lixo ou pichações.

Em 1976, Aleksalza comprou a propriedade, abandonada em ruínas, pelo mesmo preço que seus vizinhos: um dólar.

Desde então, ela gastou dezenas de milhares de dólares e muito mais em suor e lágrimas, para transformá-la.

Com mau tempo e empreiteiros que não conseguiram fazer o trabalho, a experiência foi, nas palavras de Judy – “uma história de terror”.

“Cheguei muito perto de declarar falência pessoal”, diz ela. “É como um parto, você sabe. Foi horrível enquanto isso acontecia.”

“Mas sabe, depois que tudo acabou eu falei ‘é meu, é tudo meu’. E a estabilidade de ter casa própria é tudo.”

Baltimore, cidade pioneira

Baltimore, 64 km a nordeste de Washington DC, foi uma das primeiras cidades dos EUA a tentar o que se chamou de “apropriação original urbana”.

As propriedades vagas foram vendidas por apenas um dólar, permitindo acesso a essas moradias a pessoas que, de outra forma, não teriam condições de pagar.

O plano foi dirigido por Jay Brodie, que na época era uma figura importante no departamento de habitação da cidade.

“Escolhemos nomes da cartola e começamos a nos reunir com eles”, lembra ele. “Depois de terminado, foi capa da revista American Express… e dissemos ‘temos algo aqui’.

“Estamos falando de algo que você pode ver e tocar. Eles eram exemplos vivos do que poderia ser feito com as casas geminadas de Baltimore.”

O projeto foi interrompido em 1988, depois que Brodie deixou o departamento no início dos anos 1980. Mas algumas ideias nunca desaparecem e, em vez disso, ganharam o mundo.

O caso de Liverpool

Avançando para 2013, e a 5,5 mil quilômetros de distância, outra cidade portuária que tinha enfrentado problemas semelhantes de decadência urbana decidiu tentar algo semelhante: Liverpool, na Inglaterra.

Tony Mousedale, do departamento de habitação da Câmara Municipal de Liverpool, tinha ouvido falar da ideia de vender propriedades abandonadas por um preço baixo. Ele sugeriu que Liverpool tentasse.

Então, eles ofereceram propriedades na área de Webster Triangle, em Wavertree, por apenas uma libra.

 

G1

 

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