Brasil | Bahia
Domingo, 17 de Novembro de 2024
Sítio arqueológico com estruturas milenares é encontrado em vila de pescadores na Bahia
Mais de dois mil fragmentos e quase trinta ossadas de pessoas e animais foram encontrados em Santiago do Iguape, na Bahia.
É na beira do rio Paraguaçu que fica a pacata vila de pescadores, fundada pelos jesuítas no século 16. Cenário de muita história, como a primeira igreja construída no Recôncavo Baiano, e que recebeu a sanção canônica de matriz de Santiago.
Se o patrimônio histórico já era conhecido aqui em Santiago do Iguape, agora o distrito ganha ainda mais importância com um segredo maior do que se imaginava: a descoberta de um sítio arqueológico ao lado da igreja que guarda vestígios até da pré-história.
Foi durante as escavações para a construção de uma praça que o achado veio à tona. A obra foi suspensa imediatamente para dar lugar ao trabalho de arqueólogos.
"Quando o trabalhador batia a pá, eles falavam, peraí, peraí, isso aqui é uma falange, aí começava, aí vinha com os pincéis e tal, e aí às vezes passavam 40 minutos ali para tirar uma parte da ossada. E foi juntando peças e a gente descobriu que existiam diversos tipos de ossada de épocas diferentes também", conta Olmo Lacerda, arquiteto da Conder.
As escavações já revelaram mais de dois mil fragmentos e quase 30 ossadas de pessoas e animais que podem ter vivido a partir do século 16. O que mais surpreendeu os arqueólogos foi a presença dos sambaquis, estruturas que podem ter milhares de anos.
"O sambaqui vai ser uma deposição proposital e de longo prazo de conchas, de restos de alimentação, de objetos das pessoas que estavam ali e de terra do próprio local... É algo muito antigo. Os mais antigos encontrados no Brasil, eles podem datar até de 10 mil anos. E esse aqui em específico, ele é muito especial porque ele está aqui no nordeste. E a maioria dos sambaquis no Brasil, eles estão encontrados na região Sul e Sudeste", diz Bruna Brito, arqueóloga.
Todo o material está sendo enviado para o laboratório de osteoarqueologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) para estudo e análise de DNA.
G1
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