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Sexta-feira, 25 de Outubro de 2024

Quem são os irmãos Menendez, assassinos dos pais condenados à prisão perpétua que podem sair da cadeia após 34 anos

Nesta quinta-feira, promotor anunciou pedido à Justiça para que caso receba nova sentença, que permita conceder a Erik e Lyle a liberdade condicional: "Acredito que eles pagaram a sua dívida para com a sociedade".

Ao entrarem na luxuosa mansão de José Menéndez e sua mulher, Kitty, em Beverly Hills, na noite de 20 de agosto de 1989, os policiais de Los Angeles se depararam com uma cena macabra: dois corpos estirados no chão, atravessados por tiros de espingarda, irreconhecíveis. Havia sangue e massa encefálica por todo lado.

Como se o crime não fosse midiático o suficiente, ocorrido em uma região cheia de celebridades e tendo como alvo um alto executivo da indústria musical, descobriu-se depois que o casal havia sido morto pelos próprios filhos.

Erik e Lyle tinham 18 e 21 anos, respectivamente, à época. Eles foram, presos no início de 1990 e, ao fim do julgamento, foram condenados à prisão perpétua. Trinta e quatro anos depois, porém, a Justiça americana poderá conceder a liberdade novamente a ambos — devido a uma reviravolta no caso e a um seriado.

Nesta última quinta (24), promotores de Los Angeles recomendaram o "resentencing", ou a redução da sentença dos irmãos Menendez.

O promotor George Gascon disse que recomendaria que suas sentenças de prisão perpétua fossem retiradas e substituídas por uma sentença de "50 anos a prisão perpétua", o que, pela ordenação jurídica dos EUA, os tornariam passíveis de pedir liberdade condicional.

“Acredito que eles pagaram a sua dívida para com a sociedade”, disse Gascon.

Na mira das autoridades

Erik e Lyle não foram tratados como suspeitos da morte dos pais inicialmente, mas entraram na mira das investigações depois de ostentarem uma vida luxuosa com a herança deixada pelo casal, comprando apartamentos, carros de luxo e relógios de grife, entre outros gastos.

A prova cabal, porém, veio com a confissão de Erik a seu psicólogo, Jerome Oziel, que passou a gravar suas sessões com os irmãos. As provas chegaram às mãos das autoridades, que determinaram suas prisões, mais de seis meses após os assassinatos.

O julgamento, que tiveram início em 1993, esteve entre os primeiros a serem televisionados nos EUA, e foram acompanhados com entusiasmo pela mídia e por milhões de telespectadores.

Foi nas audiências, também, que uma nova informação surgiu para o público: a declaração dos irmãos, em meio a lágrimas, de que eles foram submetidos por anos a abusos sexuais, físicos e psicológicos por parte do pai, com o conhecimento de Kitty.

José também teria ameaçado matá-los se contassem o que acontecia.

O primeiro julgamento terminou em dissenso entre os jurados e foi declarado nulo. Um novo julgamento ocorreu, já sem as câmeras de TV, e os depoimentos de parentes que haviam corroborado os abusos e a personalidade dominadora de José, foram descartados. Com isso, em abril de 1996, o júri os condenou à prisão perpétua, sem possibilidade de condicional.

 

G1

 

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