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Domingo, 17 de Novembro de 2024

Os obstáculos à proposta do Brasil de taxar super ricos

O aumento dos impostos sobre os super-ricos foi uma das principais bandeiras do Brasil na presidência do G20, mas o país corre o risco de não conseguir uma declaração consensual sobre o tema na Cúpula de Líderes, evento que reúne as principais lideranças globais por dois dias no Rio de Janeiro, a partir de segunda-feira (18/11).

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva e simpatizantes da ideia de uma taxa global sobre bilionários vinham comemorando o destaque internacional dado ao tema nas reuniões ministeriais do G20 ao longo do ano, embora a proposta sofra resistências dentro do grupo e esteja longe de se tornar realidade.

Agora, na véspera da Cúpula, a negociação ficou mais difícil com o endurecimento da posição da Argentina, presidida por Javier Milei, declarado opositor de mais impostos sobre os ricos.

As negociações para o comunicado final dos líderes acontecem em um novo contexto global, após a eleição de Donald Trump como futuro presidente americano — ele próprio um bilionário que, em seu primeiro governo, adotou reduções de impostos que beneficiaram grupos de maior renda.

Milei viajou aos Estados Unidos na quinta-feira (14/11) para se encontrar com Trump antes de vir ao Rio de Janeiro para o G20 — grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana.

Além do argentino, são aguardados os presidentes Joe Biden (Estados Unidos), Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França), Javier Milei (Argentina) e Cyril Ramaphosa (África do Sul), assim como o chanceler Olaf Scholz (Alemanha) e os primeiros-ministros Narendra Modi (Índia), Keir Starmer (Reino Unido) e Giorgia Meloni (Itália), entre outros.

A diplomacia brasileira ainda negocia como a pauta entrará no comunicado final e tenta driblar a resistência de Milei. Caso isso não seja possível, o tema pode ser citado, com a ressalva de que não teve apoio da Argentina, o que seria uma derrota para a diplomacia brasileira.

Ao longo do ano, o governo Lula encampou a proposta do economista francês Gabriel Zucman de uma taxa mínima global de 2% sobre a fortuna de bilionários, que poderia arrecadar US$ 250 bilhões (R$ 1,24 trilhão) ao ano, tributando cerca de 3 mil pessoas em todo o mundo.

 

G1

 

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