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Sábado, 26 de Julho de 2025

Nova Roma entra no radar global como peça-chave na nova geopolítica das terras raras

No mundo contemporâneo, são considerados “vitais” para quem busca protagonismo econômico e militar.

O município de Nova Roma, localizado no nordeste goiano, emergiu como um dos pontos mais estratégicos do mapa geopolítico internacional. Com uma das maiores reservas de terras raras do Brasil, a cidade tem atraído o interesse crescente de potências como Estados Unidos, China e Japão, cada uma movida pela urgência em garantir acesso a elementos químicos fundamentais para a transição energética e a soberania tecnológica.

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Esses minerais — como neodímio, praseodímio, disprósio e térbio — são insumos indispensáveis para setores de ponta: baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, sistemas de defesa, eletrônicos avançados e tecnologias limpas. No mundo contemporâneo, são considerados “vitais” para quem busca protagonismo econômico e militar.

É nesse contexto que se destaca o projeto Carina, liderado pela empresa chilena Aclara Resources. Com investimentos estimados em R$ 2,8 bilhões, a iniciativa prevê a instalação de uma planta industrial em Nova Roma voltada à extração de terras raras pesadas — justamente as mais valiosas e escassas. A proposta tem como diferencial o compromisso ambiental: sem explosivos, sem barragens de rejeito e com reaproveitamento de 95% da água utilizada, o projeto já recebeu o selo de “mineradora verde” concedido pelo governo de Goiás.

O cenário global contribui para o aquecimento dessa disputa. Hoje, a China domina cerca de 90% do mercado global de produção e refino de terras raras, consolidando um monopólio que preocupa seus concorrentes diretos. Diante disso, os Estados Unidos intensificam sua busca por alternativas seguras — e sustentáveis. Já iniciaram tratativas diplomáticas para acessar as reservas brasileiras, embora enfrentem entraves como a tarifa de importação de 50% imposta a minerais brasileiros e a limitação tecnológica em processos de refino, nos quais os chineses ainda têm hegemonia.

O Japão, por outro lado, tem se movimentado com maior velocidade e pragmatismo. Após enviar uma missão oficial ao estado de Goiás em junho, uma nova comitiva japonesa está prevista para agosto, com o objetivo de firmar acordos que garantam o suprimento de insumos estratégicos para sua indústria de inovação, principalmente no setor de veículos elétricos.

O governo de Goiás, atento ao papel decisivo da região, atua para consolidar o estado como referência em mineração responsável e segura. O protocolo ambiental adotado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente permite celeridade na liberação de licenças, sem abrir mão do rigor técnico. Com isso, busca-se criar um ambiente favorável a investimentos estrangeiros, mas alinhado à proteção dos recursos naturais e das comunidades locais.

A perspectiva é que Nova Roma não apenas impulsione a economia regional, com geração de empregos e melhoria na infraestrutura, mas também coloque o Brasil em nova posição no tabuleiro global — como fornecedor estratégico de matérias-primas críticas para a indústria do futuro.

Discreta até então no cenário nacional, a cidade goiana agora assume protagonismo em uma nova corrida global: não pelo ouro ou pelo petróleo, mas pelos elementos invisíveis que movem o século XXI. Em Nova Roma, o futuro está enterrado no subsolo — e o mundo inteiro observa atentamente.

 

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