Brasil | Laqueaduras

Terça-feira, 26 de Novembro de 2024

Laqueaduras realizadas pelo SUS aumentam 86% após mudanças na legislação

Foram 106 mil procedimentos em 2022 e quase 200 mil em 2023. Só no primeiro semestre de 2024, foram 136 mil.

A procura pelos procedimentos de ligadura de trompas teve um aumento de mais de 80%, no Brasil, depois que a legislação mudou.

A auxiliar de serviços gerais, Meivane Bianco, fez a laqueadura com 42 anos e dois filhos. Foi uma questão de saúde.

"Eu usava um método anticoncepcional, e o injetável... Eu passava mal, o fluxo sanguíneo aumentou bastante, aí só teve a laqueadura", conta Meivane.

Na cirurgia de laqueadura, os médicos cortam ou bloqueiam com um anel de silicone as trompas de Falópio, que ligam o ovário ao útero, para evitar que os espermatozoides encontrem os óvulos, impedindo a gravidez.

"É uma cirurgia de recuperação muito rápida. A imensa maioria das pacientes pode ter alta no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte", explica José Carlos Monteiro. coordenador do serviço de ginecologia do Hospital da Mulher Bahia.

A laqueadura é um procedimento eficiente, mas irreversível. Por isso, a partir do momento em que assina o termo de consentimento, a paciente é obrigada, por lei, a esperar no mínimo 60 dias para dar entrada no hospital e fazer a cirurgia. É um tempo para que ela pense bem e possa desistir caso mude de ideia.

O número de laqueaduras realizadas pelo SUS em todo o país aumentou de 106 mil em 2022 e para quase 200 mil em 2023 - um crescimento de 86%. Só no primeiro semestre de 2024, foram 136 mil procedimentos.

Em março de 2023, a idade mínima para se submeter a essa cirurgia no Brasil passou a ser de 21 anos, com filhos ou não; antes, a lei exigia 25. As mulheres que já têm pelo menos dois filhos vivos podem fazer até antes dos 21 anos. A ginecologista Consuelo Callizo reconhece os avanços, mas faz um alerta:

"Uma paciente de 21 anos, sem filho nenhum, às vezes ela vai mudar de ideia daqui a quatro, cinco, seis anos, então a gente realmente pede para que ela pense bem no assunto para que possa fazer, mas, se mesmo assim elas decidirem, será feito", enfatiza a médica.

 

G1

 

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