Os Estados Unidos anunciaram mais um reforço para o sistema de defesa da Ucrânia: minas terrestres.

Por meses, o governo do presidente Joe Biden evitou enviar alguns armamentos para os ucranianos. O temor era provocar a Rússia e entrar em confronto direto com Moscou. Mas a intensificação dos ataques russos, que agora têm o apoio da Coreia do Norte, mudou o cálculo.

Nesta quarta-feira (20), o secretário de Defesa, Lloyd Austin, anunciou que os Estados Unidos vão fornecer minas terrestres para reforçar a defesa da Ucrânia. Ele explicou que essas minas são mais seguras do que as que os ucranianos estão fabricando por conta própria.

As minas são explosivos pequenos instalados no solo manualmente ou com foguetes e drones. Elas explodem de forma autônoma quando alguém se aproxima.

A Rússia tem implantado minas em florestas, plantações e vilas da Ucrânia desde 2014, quando anexou a península da Crimeia.

A Ucrânia é hoje o país com mais campos minados do mundo, de acordo com as Nações Unidas. Desde 2022, quando a Rússia invadiu o país, mais de 400 civis ucranianos morreram e quase mil ficaram feridos ao pisar nessas minas.

A Cruz Vermelha Internacional alerta que, além de matar e mutilar civis, as minas podem contaminar o solo e comprometer até a produção de alimentos.

Esse impacto na população pode ser sentido por décadas, muito além dos tempos de guerra. Por isso, o uso e armazenamento dessas armas são proibidos por um tratado internacional de 1997.

Os Estados Unidos e a Rússia não assinaram o acordo, que tem 160 países, incluindo a Ucrânia, como signatários. O governo ucraniano afirmou que só vai usar as minas em áreas pouco povoadas.

Em dois meses, Joe Biden vai deixar a Casa Branca, mas não quer deixar a Ucrânia sem assistência. O Departamento de Estado anunciou hoje um novo pacote de ajuda militar, no valor de 275 milhões de dólares.

O governo americano vai enviar mais munição e também equipamentos de proteção para os soldados ucranianos.

O porta-voz do Kremlin disse que as decisões dos Estados Unidos sobre as minas são um exemplo de como o governo Biden quer continuar a guerra.

 

G1

 

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