Internacionais | Guerra
Quarta-feira, 02 de Outubro de 2024
Escalada na crise no Oriente Médio é teste para a influência das superpotências EUA, Rússia e China
Na semana passada, o governo de Israel deu sinal verde para uma proposta de trégua apresentada por França e Estados Unidos. Horas depois, Netanyahu ordenou a intensificação dos ataques contra o Hezbollah.
Uma guerra mais ampla no Oriente Médio poderia ter consequências desastrosas para o mundo inteiro. Nem os Estados Unidos, maiores aliados de Israel, nem países europeus conseguiram impedir que o conflito se alastrasse na região.
O professor de Relações Internacionais da Universidade de Boston, Mark Storella, explica que Israel hoje tem mais autonomia em relação aos americanos.
"Israel é um exportador de armas e uma potência nuclear. Não depende mais dos Estados Unidos como no passado”.
Netanyahu vem ignorando os apelos insistentes do presidente Joe Biden por um cessar-fogo em Gaza e contra o Hezbollah. Na semana passada, ele chegou a dar sinal verde para uma proposta de trégua apresentada por França e Estados Unidos. Horas depois, Netanyahu intensificou os ataques contra o Hezbollah.
O ex-embaixador dos Estados Unidos no Iêmen Gerald Feierstein diz que nenhum outro país é tão comprometido com a segurança de Israel quanto os Estados Unidos, e isso não vai mudar.
"O governo Biden avalia que Israel deve fazer um cessar-fogo em Gaza e no Líbano. Mas quando um governo tem uma política e um objetivo muito claros, é difícil para outro país influenciar as decisões", diz o diplomata.
Ele diz que os Estados Unidos podem pressionar Israel, por exemplo, permitindo que o Conselho de Segurança da ONU aprove resoluções de cessar-fogo.
Em um mundo cada vez mais fragmentado, outras grandes potências mundiais têm interesses no Oriente Médio. A China quer evitar um aumento no preço dos combustíveis. A Rússia intensificou as relações com o Irã depois do início da guerra na Ucrânia.
Uma guerra direta entre Israel e o Irã poderia atrapalhar os planos do presidente Vladimir Putin, que invadiu a Ucrânia há e usa armas importadas de Teerã. Já os chineses temem que o conflito prejudique a economia. O professor Storella explica:
“A China tem pouca influência no Oriente Médio. O interesse dos chineses é garantir acesso às fontes de energia da região e, nesse sentido, são grandes aliados dos Estados Unidos”.
G1
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