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Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

Entre desconfiança e procura externa, centroavantes do Vitória completam um mês sem gols

Último "camisa 9" a balançar as redes foi Léo Gamalho, contra o Treze, pela última rodada da Copa do Nordeste

Os gols não têm sido um problema para o Vitória nesta temporada. Muito pelo contrário. O time treinado por Léo Condé tem uma média de 1,65 gol por jogo e marcou em 13 dos últimos 14 confrontos. Mas quem tem balançado as redes ultimamente são os meias, pontas ou até mesmo os zagueiros, enquanto os centroavantes da equipe vivem seca que já vai completar um mês.

O último "camisa 9" a fazer gol foi Léo Gamalho. Artilheiro do time na conquista da Série B, o centroavante começou a temporada no departamento médico, em recuperação de cirurgia no joelho, e pouco foi aproveitado.

Mas, em umas das suas raras aparições, no duelo contra o Treze, no dia 27 de março, o atacante converteu o pênalti que selou o placar de 3 a 0 a favor do Vitória. Apesar dos poucos minutos no Leão, Léo Gamalho segue cobiçado no mercado. Recentemente ele recusou propostas do Goiás e do Avaí, segundo o presidente Fábio Mota.

"O Léo foi um dos atletas mais procurados. Isso não é segredo. Ele é um dos maiores artilheiros da Série B, então todo clube da Série B quer contar com ele. Mas ele é jogador do Vitória e segue no clube", disse o diretor Ítalo Rodrigues em entrevista coletiva na última terça.

No confronto diante do Treze, inclusive, outro centroavante balançou as redes. Luiz Adriano, contratado no final da primeira janela de transferências, marcou seu primeiro gol com a camisa vermelha e preta ao aproveitar cruzamento para abrir o placar.

A seca

Daí em diante, o Vitória só teve jogo decisivo. Foram dois Ba-Vis pela final do Campeonato Baiano, a estreia do Brasileirão contra o Palmeiras e mais um clássico pela terceira rodada da Série A. O que estas partidas tiveram em comum? Os centroavantes não sentiram o cheiro do gol.

No primeiro jogo da decisão estadual contra o Bahia, dois atacantes marcaram na vitória por 3 a 2: Mateus Gonçalves (duas vezes) e Iury Castilho. Alerrandro, centroavante titular, perdeu gol incrível no primeiro tempo e foi substituído no fim por Léo Gamalho.

No empate por 1 a 1 na partida da volta, quem balançou as redes foi o zagueiro Wagner Leonardo, enquanto Alerrandro teve nova chance de cara com o goleiro e mandou na trave.

Uma semana depois, o atual camisa 9 do Vitória desperdiçou mais uma oportunidade clara, de frente com Weverton, e viu o time criar pouco na derrota por 1 a 0 contra o Palmeiras, no Barradão. Por fim, no Ba-Vi do último domingo, Matheusinho e Wagner Leonardo marcaram no empate por 2 a 2. Ou seja, um zagueiro se deu melhor do que todos os centroavantes nos últimos compromissos.

Gols marcados pelo Vitória nos últimos quatro jogos:

  • Mateus Gonçalves (2x) e Iury Castilho: Vitória 3 x 2 Bahia;
  • Wagner Leonardo - Bahia 1 x 1 Vitória;
  • Matheusinho e Wagner Leonardo: Vitória 2 x 2 Bahia.

Técnico e diretor defendem Alerrandro

Contratado nesta primeira janela de 2024, Alerrandro foi bem no início do Baiano e garantiu a artilharia da competição ao lado de Osvaldo, com cinco gols. Ele empolgou a torcida até o jogo contra o Bahia, pela Copa do Nordeste, ao marcar um golaço na derrota por 2 a 1. Depois deste duelo, o atacante não balançou mais as redes e passou a ser contestado pelas chances claras desperdiçadas.

Porém, em entrevista coletiva após o Ba-Vi do último domingo, o técnico Léo Condé defendeu o Alerrandro e exaltou as marcas dele nesta temporada.

- O Alerrandro, no primeiro clássico aqui, deu assistência e fez gol. No segundo, fez gol na Fonte Nova. Foi artilheiro do estadual… Temos vários motivos para manter ele na equipe. Temos o Luiz Adriano, que é um jogador de muito potencial, o Gamalho, ou até o Iury Castilho, que faz a função. Mas o Alerrandro também ajuda muito na defesa e na pressão. As pessoas tendem a valorizar muito o que as pessoas fazem de ruim e esquecem o resto. Vamos sempre buscar o melhor para a equipe - avaliou.

O mesmo foi feito pelo diretor de futebol do clube, Ítalo Rodrigues, que encara como injusta a pressão sobre o atacante.

- Vejo isso de uma forma totalmente injusta, que não ajuda em nada. Quem quer criticar e pensa no melhor para o clube, que critique quando o jogo acaba. O que esse cara corre, se dedica, ajuda o time…Futebol moderno é isso. A marcação começa nele. Quem olha o futebol como um todo sabe que ele, diversas vezes, aparece para cobrir espaços na marcação. Isso é ajudar tanto quanto dar uma assistência. Gostar, achar que ele é bom ou ruim, isso é opinião e não posso julgar. Mas é preciso saber tudo que ele entrega no contexto geral dentro de campo.

"Acho que essa pressão da torcida atrapalha. Converso muito com ele porque tenho confiança no jogador. Acho que as críticas são válidas, mas elas precisam ser mais justas", completa o dirigente.

Mas se Alerrandro não vai bem, as outras opções do elenco também não mostraram muita inspiração nos jogos. Luiz Adriano pouco participou nos jogos que entrou, com exceção da partida diante do Treze, e Léo Gamalho jogou apenas 12 minutos nesta temporada.

Vale lembrar que Caio Dantas, outra aposta para a vaga de centroavante, foi contratado no início do ano, não convenceu quando esteve em campo e foi liberado para assinar com o Guarani.

E a concorrência no ataque vai aumentar, uma vez que o Vitória fechou com Janderson, contratação mais cara do clube em 2024 e que também pode atuar como centroavante. A expectativa é que ele esteja relacionados para o confronto contra o Cruzeiro, neste domingo, às 16h (horário de Brasília), no Mineirão.

G1