Exatos quatro anos separam um dos momentos mais difíceis de uma história centenária e a concretização da redenção do Cruzeiro. Em menos de 1.500 dias, o clube saiu do risco real de queda à Série C do Campeonato Brasileiro à final da Conmebol Sul-Americana.

O ano era 2020, o primeiro da história do Cruzeiro na Série B do Brasileirão. Em outubro, já vivia a segunda gestão presidencial, estava com o quarto técnico da temporada e convivia com dívidas em torno de R$ 1 bilhão. Tudo isso foi evidenciado em campo, com o time brigando na segunda página da tabela nacional.

Mais do que isso, não conseguia sequer sair das últimas posições. Buscou Luiz Felipe Scolari para ser a figura da retomada. No terceiro jogo, exatamente no dia 30 de outubro, bateu o Paraná Clube por 2 a 0, na última rodada do primeiro turno, e saiu da zona de rebaixamento.

Mas, a esperança por uma arrancada nunca vista em busca do acesso não foi transformada em realidade. Mesmo com apenas duas derrotas no returno, o Cruzeiro não figurou na primeira página da tabela em nenhum momento e zerou as chances de queda à Série C faltando apenas duas rodadas.

E o caminho até 30 de outubro de 2024, para se garantir na final da Sul-Americana, seguiu tortuoso. Em 2021, ficou fora da final do Mineiro, caiu para a Juazeirense na primeira fase da Copa do Brasil e, novamente, não figurou na primeira página da tabela da Série B. Teve Vanderlei Luxemburgo como técnico no segundo turno e evitou o rebaixamento à Série C faltando quatro rodadas para o fim.

No fim daquele ano, o Cruzeiro começou a se reestruturar administrativamente. Ronaldo Fenômeno acertou a compra das ações da SAF, em dezembro, iniciando a reformulação que deu resultados positivos em campo. Em 2022, o time voltou à final do Mineiro, chegou às oitavas da Copa do Brasil e esteve nas cabeças em toda a trajetória da Série B, conquistando o acesso com sete rodadas de antecedência e confirmando também o título.

A temporada de retorno à elite nacional também foi complicada. Depois de iniciar o Brasileirão entre os primeiros colocados, teve queda vertiginosa no segundo turno e brigou até a penúltima rodada contra o rebaixamento. No fim, além de garantir a permanência na Série A, também conquistou a vaga na Sul-Americana, que era objetivo da gestão de Ronaldo.

O trabalho de Ronaldo chegou ao fim no fim de abril de 2024, após dois anos e meio, um título e a vaga na Sul-Americana. O ex-atacante optou por vender as ações a Pedro Lourenço em meio à pressão da torcida pela eliminação para o Sousa-PB, na Copa do Brasil, e a derrota para o Atlético na final do Mineiro.

G1

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