Internacionais | Tailândia
Sexta-feira, 30 de Agosto de 2024
Daniel Sancho: relembre o caso do chef espanhol condenado por matar e esquartejar médico na Tailândia
Crime chocou a Tailândia em 2023, quando chef confessou ter matado cirurgião Edwin Arteaga alegando legítima defesa. Segundo assassino, vítima tentou estuprá-lo durante festa; veja a cronologia do caso.
Um ano após ser preso por matar e esquartejar o médico colombiano Edwin Arrieta na Tailândia, o chef espanhol Daniel Sancho, filho do ator Rodolfo Sancho, foi condenado à prisão perpétua.
A condenação foi divulgada na Tailândia nesta quinta-feira (29). A defesa de Sancho anunciou que apresentará recurso de apelação.
O espanhol responde pelos seguintes crimes:
Homicídio premeditado;
Esconder o corpo ou remover partes do corpo para esconder a causa do crime.
Quem é o Daniel Sancho
Daniel Sancho tem 30 anos e é um chef de cozinha famoso nas redes sociais. Ele é filho do ator espanhol Rodolfo Sancho, conhecido por suas participações em séries de televisão de sucesso no país, e neto do ator Félix Ángel Sancho Gracia.
Ele está em prisão provisória há mais de um ano na Tailândia, desde que admitiu que matou e esquartejou Arrieta, que tinha 45 anos.
O assassinato aconteceu em Koh Pha Ngan, uma ilha turística famosa por praias paradisíacas e muitas festas. Na época, Daniel Sancho afirmou que o assassinato se deu por legítima defesa. O motivo seria uma briga após o médico colombiano Edwin Arrieta ter tentado estuprá-lo, versão que foi questionada pela família da vítima.
Daniel Sancho e Edwin Arrieta combinaram se encontrar em Kho Phangan, na Tailândia, para participar de uma festa para celebrar a lua cheia (é uma comemoração conhecida, que leva muita gente às praias tailandesas e, geralmente, dura até o amanhecer).
Edwin Arrieta, um cirurgião plástico colombiano de 44 anos, reservou um hotel na ilha de 31 de julho a 3 de agosto. Sancho, de 29 anos, chegou antes dele, embora a data exata não tenha sido divulgada.
No dia 31 de julho, Daniel Sancho fez o check-in no quarto de hotel. A polícia tailandesa afirma que Edwin pagou todas as despesas.
Na terça-feira (1º), os dois jantaram em um restaurante próximo ao hotel.
Depois disso, no mesmo dia, câmera de segurança gravaram Daniel Sancho comprando facas, luvas de borracha e itens de limpeza em uma loja.
A primeira versão da história
Ao dar seu primeiro depoimento à polícia, Sancho disse só teria encontrado o colombiano no dia seguinte, na quarta-feira.
No entanto na quarta-feira o crime já teria ocorrido, de acordo com o jornal “El País”.
A segunda versão da história
Em um segundo momento, Sancho mudou a versão. Ele contou o seguinte:
Terça-feira
Na terça-feira (1º), o cirurgião colombiano tentou ter uma relação sexual com o chef espanhol. O chef se negou e, em um ataque de raiva, empurrou Edwin, que caiu e bateu a cabeça na banheira.
Contatando a morte, o espanhol então desmembrou o corpo e comprou um caiaque por US$ 1.000 (R$ 4.900) que ele usou para se desfazer do corpo do colombiano, que já estava desmembrado.
Quinta-feira
Ele fez check-out do hotel na quinta-feira pela manhã. No mesmo dia à tarde as partes do corpo começaram a ser encontradas.
À noite, Sancho foi a uma festa com duas mulheres que ele tinha conhecido no hotel.
Quando o espanhol voltou dessa festa, ele denunciou à polícia o sumiço de Edwin.
Sexta-feira
Na sexta-feira, a polícia interrogou o chef já como suspeito. Os policiais já tinham notado o seguinte:
O espanhol tinha cortes e arranhões no corpo.
No quarto, a geladeira, o banheiro e a pia estavam completamente limpos, mas havia amostras de cabelo, gordura e tecido no ralo.
Domingo
No domingo, Sancho afirmou que era culpado, mas que, na verdade, era refém de Edwin.
O julgamento e a sentença
Durante o julgamento ficou estabelecido que os restos mortais do médico colombiano foram guardados em sacos plásticos que Sancho descartou em diversos pontos da ilha.
O espanhol permanecerá preso em Koh Samui enquanto o departamento penitenciário da Tailândia decide onde ele deve cumprir a pena, informou a advogada da família Arrieta.
O ator, pai de Sancho, estava presente durante a leitura da sentença, assim como a mãe do condenado, Silvia Bronchalo. Nenhum deles falou com a imprensa.
O réu corria o risco de pena de morte, mas a família de Arrieta se expressou contra a punição e solicitou uma sentença de prisão perpétua.
Juan Gonzalo Ospina, outro advogado da família do colombiano, afirmou que durante o julgamento foi demonstrado que Sancho comprou facas, sacos plásticos e produtos de limpeza antes do crime e os guardou no cômodo em que aconteceu o crime.
G1
Correio do Cerrado – Seu site de notícias da região.