Internacionais | Autoexílio nos EUA

Segunda-feira, 21 de Outubro de 2024

Clérigo acusado de orquestrar golpe de Estado na Turquia morre aos 83 anos nos EUA

Fethullah Gülen construiu um poderoso movimento islâmico na Turquia e estava em exílio autoimposto nos Estados Unidos.

O clérigo Fethullah Gülen, que construiu um poderoso movimento islâmico na Turquia, morreu aos 83 anos. Ele passou seus últimos anos nos Estados Unidos, atolado em acusações de orquestrar uma tentativa de golpe contra o líder turco Recep Tayyip Erdogan.

Herkul, um site que publica os sermões de Gülen, disse em sua conta no X (antigo Twitter) que Gülen havia morrido na noite de domingo (20) no hospital dos EUA onde estava sendo tratado.

Gülen foi um antigo aliado de Erdogan, mas eles se desentenderam e o presidente o responsabilizou pela tentativa de golpe de 2016 em que soldados comandaram aviões de guerra, tanques e helicópteros. Cerca de 250 pessoas foram mortas na tentativa de tomar o poder.

Gülen, que vivia em exílio autoimposto nos Estados Unidos desde 1999, negou envolvimento no golpe.

De acordo com seus seguidores, o movimento de Gülen - conhecido como "Hizmet", que significa "serviço" em turco - busca espalhar uma marca moderada do islamismo que promove educação no estilo ocidental, mercados livres e comunicação inter-religiosa.

Desde o golpe fracassado, seu movimento foi sistematicamente desmantelado na Turquia e sua influência diminuiu internacionalmente.

Conhecido por seus apoiadores como Hodjaefendi, ou professor respeitado, Gülen nasceu em uma vila na província turca oriental de Erzurum em 1941. Filho de um imam, ou pregador islâmico, ele estudou o Alcorão desde a infância.

Em 1959, Gülen foi nomeado imam de mesquita na cidade noroeste de Edirne e começou a ganhar destaque como pregador na década de 1960 na província ocidental de Izmir, onde ele montou dormitórios estudantis e ia a casas de chá para pregar.

Essas casas estudantis marcaram o início de uma rede informal que se espalharia nas décadas seguintes por meio da educação, negócios, mídia e instituições estatais, dando aos seus apoiadores extensa influência.

Essa influência também se espalhou além das fronteiras da Turquia para as repúblicas turcas da Ásia Central, os Bálcãs, a África e o Ocidente por meio de uma rede de escolas.

 

G1

 

Clique aqui para participar do nosso grupo de WhatsApp

Correio do Cerrado – Seu site de notícias da região.