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Sexta-feira, 30 de Agosto de 2024
Chuva no deserto? Entenda por que Saara pode ter volumes 5 vezes acima da média nos próximos dias
Segundo meteorologistas, fenômeno não é frequente e vai acontecer principalmente por conta do posicionamento mais ao norte do encontro de ventos característico da região da linha do Equador.
Nas próximas semanas, o deserto do Saara pode enfrentar uma condição pouco comum para esse tipo de bioma: chuva volumosa.
De acordo com modelos climatológicos do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo (ECMWF), algumas regiões do deserto podem ter acumulados de água cinco vezes maiores do que a média para o início de setembro.
O fenômeno não é frequente, segundo os meteorologistas, e vai acontecer principalmente devido ao posicionamento mais ao norte da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), encontro de ventos característico da região da linha do Equador. Não há evidências de relação direta com as mudanças climáticas (entenda mais abaixo).
Os especialistas ponderam que, apesar do volume esperado muito acima da média, o acumulado ainda é muito menor do que o observado em outras regiões do mundo.
Isso porque a região é conhecida por ser uma das mais secas do planeta.
Para se ter uma ideia, na parte central do deserto, a média de precipitação anual é de 25 milímetros. Isso é menos da metade da média esperada para o mês de junho em São Paulo, considerado o mais seco do ano.
Chuvas no deserto
O volume anormal de chuva esperado para as primeiras semanas de setembro não é visto como algo comum pelos meteorologistas. Mas esse cenário já aconteceu outras vezes nas últimas décadas.
Segundo a meteorologista da Universidade de São Paulo (USP), Camilla Visibeli, não é possível classificar o fenômeno como algo extremamente raro.
"A cada dez anos tem um episódio assim. Então, se confirmada, essa não será a primeira vez que chove dessa forma no deserto do Saara", analisa.
Os modelos meteorológicos do ECMWF mostram que a parte central do deserto é a que deve ser a mais afetada pelas chuvas. Nessa região, os volumes podem ficar 500% acima da média história para o período (veja no mapa abaixo).
G1
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