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Domingo, 29 de Junho de 2025

Caso Dahiane Serafim: nove anos de espera por justiça após tragédia na GO-118 em Monte Alegre de Goiás

O mais revoltante, segundo ela, foi ver o processo criminal prescrever, mesmo havendo uma morte no acidente.

Na tarde do dia 5 de janeiro de 2016, a vida de Dahiane Serafim tomou um rumo irreversível. Ela viajava pela GO-118, na curva das Tabocas, em Monte Alegre de Goiás, quando um veículo em alta velocidade invadiu a pista contrária e colidiu frontalmente com seu carro. O impacto foi devastador. Seu filho, ainda criança, faleceu na hora. Dahiane sobreviveu, mas sofreu múltiplas fraturas e foi transferida em estado gravíssimo para um hospital em Goiânia.

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O trauma foi além do físico. “Entrei em uma depressão fortíssima. Passei seis anos sem conseguir ver uma foto do meu filho. Perdi mais de 40 quilos. Foi como se a minha vida tivesse acabado junto com a dele”, conta, com a voz embargada pela dor que nunca cessou.

Passados nove anos, o sentimento é de indignação. A Justiça ainda não deu uma resposta. Um processo cível por reparação foi iniciado em 2017, após a seguradora do motorista se recusar a pagar qualquer indenização. Mesmo assim, o caso segue parado. O mais revoltante, segundo ela, foi ver o processo criminal prescrever, mesmo havendo uma morte no acidente.

“Hoje eu não consigo trabalhar. Tenho comorbidades sérias causadas pelo acidente. E o responsável? Seis meses depois estava curtindo na praia, enquanto eu mal conseguia sair da cama”, desabafa. De acordo com Dahiane, o motorista estava a 120 km/h, enquanto ela trafegava a 40 km/h. O impacto foi tão violento que o airbag do outro veículo chegou a estourar.

Hoje, além da dor diária da perda, Dahiane enfrenta mais uma batalha: a tentativa de conseguir aposentadoria por invalidez, diante das sequelas permanentes deixadas pela tragédia.

“Peço encarecidamente que me ajudem a fazer justiça. Não só por mim, mas por meu filho. Ele perdeu a vida naquela estrada, e até hoje ninguém respondeu por isso.”

A história de Dahiane é um retrato cruel da impunidade e da morosidade do sistema judiciário. Uma mãe marcada pela dor, pela injustiça e pela resistência. Uma mulher que, mesmo sem forças, segue lutando para que o nome de seu filho não seja esquecido — e para que a justiça, ainda que tardia, seja feita.

 

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