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Sexta-feira, 13 de Setembro de 2024

Autor do gol do último título da Copa do Mundo, Neto aponta caminho para Brasil voltar ao topo: Coletividade

Brasil estreia neste sábado contra Cuba em busca do oitavo título mundial no futsal, o primeiro desde 2012

O Brasil começa neste sábado no Uzbequistão a caminhada na busca pelo oitavo título da Copa do Mundo de Futsal. O duelo contra Cuba será o primeiro na tentativa do país de voltar ao topo do pódio, o que não acontece desde 2012, na Tailândia. Doze anos depois, um dos protagonistas daquela conquista se recorda da campanha vencedora "como se fosse hoje".

O ex-fixo Neto, agora aposentado das quadras e trabalhando como empresário no interior de Minas, anotou o gol do título na final contra a Espanha, em Bangkok, e foi eleito o melhor jogador da competição na ocasião. Em entrevista ao ge, ele relembrou os momentos históricos vividos em 2012 e apontou o que a Seleção Canarinho precisa para voltar a ser campeão: "Coletividade".

Um dos líderes da geração de 2012, que também contava com Falcão, Fernandinho e Rodrigo, Neto carregava na época o peso da frustação da Copa de 2004. Naquele ano, o então estreante em Mundiais perdeu um pênalti na semifinal contra a Espanha, em que o Brasil acabou derrotado e eliminado.

Oito anos depois, Neto conduziu o Brasil à final da Copa contra a mesma Espanha. Desta vez, o roteiro foi diferente: além de abrir o caminho da vitória, o atleta marcou o gol do título a 17 segundos do fim da prorrogação. Na jogada, o camisa 11 arrancou pela lateral esquerda e chutou forte à meia altura no canto esquerdo do goleiro Juanjo, que não conseguiu chegar na bola.

— A lembrança é como se fosse hoje. Ficará marcado na memória, a forma que foi, tudo, a história que eu carregava desde o Mundial em 2004. Tinha uma certa visão das pessoas por conta do pênalti perdido, então foi um momento único — disse Neto.

O desempenho na Tailândia ainda rendeu a Neto a Bola de Ouro da FIFA de melhor jogador da competição. Ao todo, foram 7 gols nos 7 jogos da campanha.

Referência de uma geração de jogadores, Neto, hoje fora das quadras, afirmou torcer para que o Brasil possa retomar o caminho dos títulos. Desde 2012, a melhor campanha do país foi o terceiro lugar na última edição, em 2021.

— Temos visto que outras equipes têm crescido muito e tomado conta do cenário. Desde 2014, não vejo o Brasil com essa competitividade no coletivo, espero que isso mude esse ano. Tem atletas ali que merecem muito.

"O Brasil sempre teve uma geração talentosa. A gente pode parar e analisar, sempre vamos formar duas ou três seleções, sempre foi recheado de grandes atletas. Mas no coletivo, outras equipes estão na frente. Para voltar a vencer, o Brasil precisa formar uma equipe coletivamente competitiva", completou.

Vitória fora da quadra

Após a Copa do Mundo de 2012, Neto seguiu entre os melhores jogadores do planeta. Porém, em janeiro de 2017, o mineiro descobriu um tumor no cérebro quando defendia o Kairat Almaty, do Cazaquistão. O jogador sofreu uma inesperada convulsão durante um treinamento, o que o levou a ser submetido a exames mais detalhados.

Semanas depois, ao ser submetido a cirurgia para a retirada do tumor no cérebro, os médicos descobriram outro tumor no organismo do jogador. O local dessa vez era o pulmão. A partir de então, Neto iniciou um tratamento via medicação oral.

Com o apoio de familiares e amigos, o defensor conseguiu vencer o câncer. No fim de maio de 2017, superada a fase mais difícil do tratamento, Neto anunciou que estava liberado para voltar ao futsal. No meio do ano, o fixo acertou com o Sorocaba, clube que defendeu até o final daquele ano. Pela equipe do craque Falcão, Neto conquistou a Liga Paulista em final diante do Corinthians.

Em 2018, ele chegou a anunciar a aposentadoria das quadras para focar na vida de palestrante. Porém, o campeão mundial se sentiu chamado de volta ao esporte, e decidiu retornar ao futsal em 2020 para defender o Praia Clube, time de Uberlândia, cidade onde nasceu e cresceu.

Após passagem relâmpago na Itália e mais duas temporadas no Praia, Neto encerrou a carreira de jogador em 2023. O agora ex-atleta se tornou sócio de uma empresa de investimentos com foco no mercado de criptomoedas, mas não se afastou do esporte.

Neste ano, a empresa passou a investir no Essube, time de projeto social em Uberlândia que estreia neste ano no futebol profissional. Neto atua como um dos diretores do clube, que disputa a última divisão do Campeonato Mineiro.

 

G1

 

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