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Segunda-feira, 27 de Janeiro de 2025

Alto Paraíso de Goiás: Após cassar mandato de prefeito, Justiça anula eleição da mesa diretora da Câmara Municipal

A decisão foi baseada em alegações de abuso de poder político e econômico apontados em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo Partido Liberal (PL) de Alto Paraíso de Goiás, por meio de seu presidente, Martinho Mendes da Silva.

No caso da cassação do prefeito Marcus Rinco, o recurso em 2ª instância começará a ser julgado no próximo dia 30 de janeiro. Já em relação à anulação da eleição da mesa diretora da Câmara, a Justiça determinou a tomada de providências para a realização de uma nova eleição no prazo de 5 (cinco) dias, contados da notificação.

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Os eleitores de Alto Paraíso de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, no nordeste goiano, estão atordoados com os desdobramentos envolvendo a movimentação de políticos junto à Justiça Eleitoral.

Em outubro de 2024, logo após as eleições municipais, a Justiça Eleitoral cassou os mandatos do então prefeito Marcus Adilson Rinco, que havia acabado de ser reeleito, e da então vereadora Helena Maria da Conceição Gomes, que havia acabado de ser eleita vice-prefeita. A decisão foi baseada em alegações de abuso de poder político e econômico apontados em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pelo Partido Liberal (PL) de Alto Paraíso de Goiás, por meio de seu presidente, Martinho Mendes da Silva.

O colegiado iniciará o julgamento do recurso impetrado pelos advogados de Marcus Rinco e Helena Maria no próximo dia 30 de janeiro. Até lá, ambos, que foram diplomados e empossados, permanecem no exercício dos cargos de prefeito e vice-prefeita, respectivamente.

Apesar da aparente normalidade, a população aponta falta de realizações de obras básicas, além da estagnação de projetos e ações de interesse da comunidade.

Câmara de Vereadores

No dia 1º de janeiro deste ano, foi realizado o processo eleitoral da Mesa Diretora da Câmara Municipal. Após uma série de interrupções e debates, o vereador João Batista Francisco Reges foi eleito presidente do legislativo municipal.

No entanto, apontando irregularidades no processo, entre elas:

– O não cumprimento da hierarquia de normas, já que a Lei Orgânica do município prevê o início do ato às 9h, mas a eleição foi marcada para as 20h;

– A inscrição de uma nova chapa após o prazo de 15 minutos, previsto no art. 15, inciso III, do Regimento Interno;

– A ausência de indicação dos nomes e respectivos cargos nas cédulas apresentadas para votação, o que causou confusão no eleitorado;

Os vereadores Douglas Barbosa Barreto, Divinaldo Delfino dos Santos, André Luiz Rodrigues dos Santos e Fillipe Alves Gomes de Araújo requereram, via liminar, a suspensão dos efeitos da eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Alto Paraíso de Goiás. Entre os pedidos estavam:

– Nomeação da vereadora mais idosa como presidente interina até a realização de uma nova eleição;

– Fixação de prazo máximo de 48 horas para a realização da nova eleição, sob pena de multa;

– Intimação do Ministério Público.

Diante disso, a juíza Rita de Cássia Rocha Costa, da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Alto Paraíso de Goiás, acatou o pedido e determinou a suspensão imediata dos efeitos da eleição realizada no dia 1º de janeiro de 2025.

Determinou, ainda, que sejam tomadas providências para a realização de uma nova eleição no prazo de 5 (cinco) dias, contados da notificação. A convocação será feita por edital, e a vereadora mais idosa, Aristéia Avelino do Nascimento, assumirá interinamente a posição de presidente da Câmara Municipal até a realização da nova eleição. O candidato eleito deverá assumir o cargo imediatamente.

Aristéia Avelino do Nascimento afirmou ao Jornal O Vetor que agirá com serenidade, respeitando a determinação da Justiça e buscando solucionar a situação dentro das normas democráticas, para que os vereadores eleitos iniciem efetivamente o trabalho de fiscalização e promoção de benefícios à comunidade de Alto Paraíso.

O advogado Massaru Okada, responsável pela ação, declarou:

“Identificamos relevantes descumprimentos ao Regimento Interno, que afetaram de forma objetiva o resultado das eleições da mesa diretora. Recebemos com alegria esta decisão acertada, que visa resguardar a democracia e a legalidade do ato.”

Por outro lado, o vereador João Batista Francisco Reges, presidente eleito na votação anulada, publicou em suas redes sociais:

“O rito das eleições para a presidência da Câmara foi respeitado em sua totalidade. A votação seguiu todas as regras, incluindo solicitações e afrontas feitas pelo vereador da Chapa 2, que em momento algum respeitou o processo. Após perderem dentro das 4 linhas da política, tentam deslegitimar o resultado e provocar um caos político em nossa cidade.

A polêmica gira em torno de uma vereadora que, presidindo a sessão, alegou ter ‘votado errado’. Como alguém que conduzia o processo, com total autonomia para intervir, pode dizer que foi induzida ao erro? Isso cria um precedente extremamente perigoso para eleições em todos os níveis.”

O caso continua gerando debate e polêmica entre os políticos e a população local.


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