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Sexta-feira, 08 de Novembro de 2024

Alemanha mergulha em crise política que pode desintegrar governo

Chanceler demitiu ministro das Finanças após desacordo com política de austeridade. Demissão ameaçou romper aliança de social-democratas com liberais que mantinha o governo de pé. Presidente disse que pode convocar novas eleições.

A Alemanha embarcou nesta semana em uma grave crise política após o colapso do frágil governo de coalizão do chanceler social-democrata Olaf Scholz.

Scholz, no poder desde 2021 em um governo que une social-democratas, ecologistas e liberais, demitiu na quarta-feira (6) seu ministro das Finanças, que é liberal, após discordâncias sobre a política econômica.

Após a demissão, os outros ministros liberais do governo anunciaram renúncia ao governo, deixando o gabinete de Scholz sem maioria no Parlamento Federal, o Bundestag.

"Precisamos de um governo capaz de agir e que tenha força para tomar as decisões necessárias para o nosso país", argumentou Scholz em discurso após demitir seu ministro das Finanças, defensor de uma rigorosa austeridade orçamentária.

A crise abre as portas para eleições antecipadas no país no início de 2025. O presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, disse nesta quinta-feira (7) que pode convocar eleições antecipadas — na Alemanha, que tem regime parlamentar, o chanceler é o chefe de governo, e o presidente tem funções protocolares.

A ruptura ocorre no pior momento para a maior economia europeia, que enfrenta uma grave crise industrial e está preocupada com as repercussões do retorno de Donald Trump à Casa Branca no comércio e na segurança da Europa.

A economia da Alemanha deve encolher este ano.

Votação crucial em janeiro

Enfraquecido, o líder social-democrata anunciou que em 15 de janeiro pedirá aos deputados que se pronunciem sobre a necessidade de convocar eleições antecipadas.

A crise é o desfecho de meses de disputas entre os três partidos do governo sobre a política econômica a seguir, intensificadas durante a preparação do Orçamento de 2025, que deve ser finalizado em novembro.

O rompimento entre Scholz e Christian Lindner, o agora ex-ministro das Finanças, ficou ainda mais evidente na quarta-feira. O chefe do governo acusou seu ministro de "trair frequentemente sua confiança" e criticou um comportamento "egoísta".

O agora ex-ministro, defensor da austeridade orçamentária, respondeu imediatamente e acusou Scholz de ter arrastado o país "para uma fase de incerteza" com essa "ruptura calculada da coalizão".

 

G1

 

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