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Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2025

Estudo internacional revela por que algumas pessoas não apresentam sintomas da dengue

Nem toda infecção pelo vírus da dengue evolui com febre, dores intensas ou necessidade de internação.

Nem toda infecção pelo vírus da dengue evolui com febre, dores intensas ou necessidade de internação. Um novo estudo internacional ajuda a explicar por que parte das pessoas infectadas permanece assintomática, mesmo em regiões onde a doença é endêmica.

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A pesquisa, liderada por cientistas da Mahidol University, na Tailândia, em parceria com a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, identificou que indivíduos infectados pelo vírus da dengue sem apresentar sintomas ativam mecanismos imunológicos distintos — e possivelmente mais eficientes — do que aqueles que desenvolvem a doença.

O trabalho, publicado na revista científica Science Translational Medicine, analisou células do sistema imunológico de pessoas com infecção assintomática, dengue clássica e dengue hemorrágica. Os pesquisadores utilizaram a técnica de transcriptômica de célula única, que permite observar com alto nível de detalhe o comportamento das células de defesa do organismo.

Imunidade celular mais eficiente

Os resultados mostraram que indivíduos assintomáticos apresentam maior ativação dos linfócitos T CD8, células responsáveis por destruir células infectadas pelo vírus. Também foram identificados perfis específicos de células natural killer (NK), fundamentais na resposta antiviral precoce.

Outro ponto destacado no estudo é que essas pessoas demonstram um processamento mais eficiente dos antígenos virais — etapa essencial para que o sistema imunológico reconheça rapidamente o invasor e impeça a progressão da infecção.

“Esses achados sugerem que respostas celulares robustas podem estar associadas à proteção natural contra os sintomas da dengue”, apontam os autores nas conclusões do estudo.

Desafio global

A dengue infecta cerca de 390 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, principalmente em países tropicais como o Brasil. Compreender por que apenas uma parcela dos infectados desenvolve sintomas graves é considerado um dos grandes desafios da pesquisa científica sobre a doença.

Segundo os especialistas, os dados podem contribuir no futuro para o desenvolvimento de vacinas mais eficazes e estratégias de prevenção direcionadas, reforçando a importância do avanço da ciência no combate às arboviroses.

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